COLETIVO
INTERCAMBIANTES

Letícia Bartholo Eduardo Lopes foi alcançada pela música aos sete anos de idade. Nunca mais se separaram. Na Escola de Música da UFBA estudou, cantou e graduou-se. Licenciada, ingressou no mestrado em educação tornando-se professora de música para bebês e crianças. Pós-graduada em musicoterapia, trabalha com crianças e adolescentes. Letícia Bartholo compõe, canta e conta histórias. Casada, "compôs" Otto, seu filho de sete anos.

Samuel Vida entrou para a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia aos 16 anos de idade, proveniente de uma escola pública. Tornou-se advogado e, mais tarde, ingressou em seu quadro docente. Conhecedor do racismo desde sempre, Samuel tornou-se figura relevante na luta contra a discriminação racial em suas mais diversas e perversas formas. Mestre e Doutor em Direito, Estado e Constituição, contribuiu decisivamente na elaboração do Projeto de Lei, tornado Estatuto Estadual da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa na Bahia. Samuel Vida integra diversas entidades e movimentos em defesa dos Direitos Humanos e da cultura afro-brasileira. Ex-Coordenador da Rede Nacional de Advogados Negros; participa da Organização Negra AGANJU. Ogã de Xangô, tem no Candomblé inspiração para a vida, que trás no próprio nome.

Fernando Marinho é bacharel em direito, mas foi na música e no teatro que construiu sua história. Desde os cinco anos de idade iniciou sua relação com a música através do piano. O teatro o alcançou como consequência e se instalou. Ator, ganhou prêmios e se consagrou. Nessa conversa, revela seu largo conhecimento sobre a vida cultural baiana. Além da militância, se inseriu na condução de diversos órgãos coletivos: foi um dos fundadores da Companhia Baiana de Patifaria; Curador do Festival de Música Instrumental da Bahia; Presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado da Bahia; integra o Conselho Consultivo do NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia); Preside o Conselho o Conselho de Administração da Aliança Francesa da Bahia.

Ernesto Marques é um homem de barba profética, fala firme e convincente, nascido em Ipirá, na Bahia. Jornalista, formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA), presidiu nos últimos cinco anos a Associação Bahiana de Imprensa (ABI). Também radialista, liderou o Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e TV da Bahia. Nessa conversa reconheceu seus feitos e o que ficou por fazer à frente da Associação, o papel da imprensa no contexto de ameaça e afirmação da Democracia Brasileira, a violência contra jornalistas e contra as mulheres, salientando a importância do protocolo (guia) orientador das notícias sobre feminicídio. Salientou, ainda, a importância da responsabilidade ética das(os) jornalistas e da Associação diante do fenômeno das fake news.

Rita Aparecida Coêlho Santos, nascida em Ibicaraí, adotou a cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, como "seu lugar no mundo". Graduada em letras pela Universidade Estadual do Sul da Bahia (UESB). Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Professora de Literatura na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Fundou e dirige a Cátedra Fidelino de Figueiredo (UNEB), em parceria com o Instituto Camões, de Portugal. Desenvolve pesquisas junto ao Instituto de Filosofia do Porto (Portugal). Curadora da Coleção 'Atlânticos' (Pontes Editora). A Professora Rita Santos participa da coordenação das atividades: Outras Palavras em Saúde (UCSAL) e Literatura e Saúde (FMB/UFBA).

Dionísia (Dimi) Ferreira, é baiana de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Desde muito cedo foi atraída pela dança. Contrariando os projetos da família abandonou o curso de medicina, indo estudar psicologia, dança afro e capoeira. Integrou os grupos África Poesia, Mantra Companhia de Dança e a Companhia de Dança Olodum. Acompanhou a Irmandade da Boa Morte, de Cachoeira, em missão nos EUA (1988). Radicada na França desde 1993, apresentou-se pela Europa, África e Américas, desenvolvendo abordagem coreográfica singular das danças afro-brasileiras. Venceu o concurso de Danças Mestiças em 2000. Atualmente, Dimi Ferreira leciona e conduz o projeto 'Esta Noite se Improvisa', em Paris. Seu trabalho de mestrado na Universidade René Descartes (Paris), está no prelo pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA), sob o título: Existe uma dança afro-contemporânea?

João Jorge Santos Rodrigues é baiano de Salvador, nascido no bairro do Rio Vermelho e tornado cidadão do mundo a partir do Pelourinho, no Centro Histórico, graças ao Grupo Cultural Olodum, que ajudou a criar e dirigiu. Homem do carnaval, participou do Bloco Afro Ilê, colocando em evidência a alma preta da cidade através da música, corpos e cores, aproximando a África e o Brasil numa nova linguagem, libertária e antirracista, que se pode chamar de afro-brasileira. João Jorge preside desde 2023 a Fundação Cultural Palmares, no Ministério da Cultura, de olhos voltados para a Educação Antirracista, para a produção intelectual de homens e mulheres pretos e pretas, preservação e aproximação das culturas brasileira e africana. É autor dos livros: Olodum Estrada da Paixão e Fala Negão - Um discurso sobre igualdade.

Igor de Oliveira Silva é um jovem homem preto, nascido em Camaçari, RMS de Salvador, onde cresceu e vive. Graduado em sociologia pela FFCH/UFBA, tornou-se professor. Desenvolveu pesquisas e criou o Coletivo Quilombo Urbano, movido pela necessidade de discutir - e agir - as questões relacionadas com o meio rural, o racismo, a educação e o meio ambiente. Nesse sentido, vem desenvolvendo o que denomina 'educação antirracista'. Em que pese as adversidades, considera-se um militante esperançoso.